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    Publicado pela Câmara Brasileira dos Jovens Escritores, 2011 Disponível em: http://www.camarabrasileira.com/cmn11-018.htm O CAMINHO    As narinas dos cavalos arfavam, soltando labaredas de vapor quente. A manhã fria se punha estendida pela terra. Salazar pensava e ardia em febre, preso à algibeira do cavalo negro do seu detrator; à noite dormira entre os animais e o cheiro deles já lhe era familiar, sentia-se parte do mundo deles, como irmãos. Não porque os animais são maltratados, açoitados e amaldiçoados como ele; mas porque tinham afinidades, muitas afinidades. O instinto severo e espontâneo os unia, a vontade de liberdade lhes era comum, a ânsia de cruzar largos campos, continentes inteiros, ir para o poente, atravessando caminhos desconhecidos e rios selvagens. Esse espírito primitivo e essa sanha os aparentavam, intimamente. Lentamente a tropa foi tomando caminho pela densa mata, através da estrada indicada pelos canibais. Salazar a
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LONGING ou simplesmente SAUDADE!   Um dia inesquecível no sítio dos meus pais no início da década de 1970 no Norte Pioneiro Da esquerda para direita: eu e minhas irmãs Cleuza (para sempre na memória e no coração)  e Cleomar
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  MANHÃS "modorrentas" CURITIBANAS!                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        Fotos: JLC Manhãs nevoentas em Curitiba Até os pássaros despertam  com uma sensação de "não ainda!"  
VISITAS DO ARTISTA Para Gilberto Rosenmann Fizesse sol ou fizesse chuva lá vinha ele! Quase todos os dias, meio que cambaleando por causa do antigo acidente de automóvel, lá vinha ele. Algumas vezes trazia nas mãos uma sacolinha com alguns doces, ou um quadro pintado, outras o pão que já tinha comprado na Viana: — Pro café. Dizia. — Posso ligar pra Solange? — Claro Gil! Senta aí e liga pra ela. E depois disso ficávamos, por um bom tempo, em silêncio; outras vezes ríamos, antes de desandar no bate-papo. Do que ríamos? Até hoje não sei direito. Só sei que ríamos e depois vinha um breve silêncio, por alguns segundos. Parecia uma espécie de mantra; sei lá. Um tipo de cumprimento especial que só existia entre nós dois, como esses cumprimentos de chegadas e partidas, cerimoniosos ou lacrimosos, que encontramos entre tribos indígenas. Por vezes, depositava os embrulhos no chão ou os segurava entre as pernas mesmo. E soltava umas pérolas. Que já eram consenso, pois já sa
HIDDEN LOVE Não sabemos direito O que é o coração. Do que é feito? Batidas leves e aceleradas, Sangue e músculos? Imenso como o tempo Ele ainda é segredo! "Histórias entrecortadas" É do que somos feitos, Lembranças mal digeridas Em tempos entrelaçados: Só o coração esconde e sabe De todos os danos e amores Soterrados!