RELICÁRIO Amigo olho pra você Como quem olha para o lírio na solidão do vale, Amiga olho pra você Como quem olha para evanescência passional da água, Translúcido azul na eternidade das ilusões. Não queria vê-los desfalecerem na razão dos tempos, Só consigo vê-los em sonhos. Queria senti-los somente na eternidade dos diamantes, No espírito das antigas montanhas, Na paixão dos selvagens na savana. Amiga, amigo, o que terão de mim (ou o que terão de nós)? Só o espólio de ventos da minha presença, Que por eras mora no coração das feras e dos que me amam ou temem. Mas sabeis, deixo-lhes por bendita ou maldita herança, Minha alma cravada em seus olhos E minhas cinzas para sempre queimando em seus corações.
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