ONDE Tudo está na música que eu ouvia Ouço E ainda mais na que jamais ouvi. Ou sequer ouvirei. Na sinfonia alucinante Onde parece haver só o silêncio. Pois ali estava o meu ser em suspensão Ali estará sempre o susto e o fulgor excelso. Sobressalto da minha aparição. Nesses alis estão os sulcos, as fendas e alcantis Os sentimentos mais estremes. Agora sei que jamais fora na quimera Tão reluzente das coisas que Me identificava. Havia o receio desta minha verdade Para mim esplendor estava onde não estava. Atrás do sol reluzente deveria Haver algo que o sustentava. Da lua e da luz cintilante Um rumor pelo qual brilhava. Mas não é um deus ou criadoras Divindades Senão uma transcendência que por certo Nunca se apresentava. Por isso que de ti me escapa por vezes A figura que o tempo leva. Parece que teu rosto se evenasce E teus lindos olhos que tanto amei Espalham as cores num recôndito