O NOVO
O novo é o diferente
Sobre as várias formas.
É quando muitas coisas
Já foram embora,
Mas o tempo não.
O novo é o tempo
Que se mostra em espaço,
Para que no seu fluxo
Exista o lugar,
Para toda coisa.
O novo é o olhar que sonha,
E cada vez modifica
A mesma coisa que vê.
É a coisa que mudada,
Procura por
Um outro olhar
E um sonho.
Como o sol
Que todo dia
O mesmo nasce,
Mas para os pássaros
É sempre uma novidade.
O velho mantém
Um laço com o novo,
Como a flor que brota
Sobre um ramo
Que antes veio.
Se morre o ramo
Não nasce a flor.
O novo é um destino
Realizado,
Que nunca soube
A que foi destinado.
É triste ver no mundo
Quem não vê o novo,
Mas é tolo quem pensa
Que o novo se faz
Pela exclusão
Do que passa.
O novo no velho
E o velho no novo
Já estão postos.
Por isto o porvir
O devir e a lembrança.
Porque todas as coisas
É verdade têm seu tempo,
Mas só o tempo
Tem todas as coisas.
(Esta é a arte que só ele domina)
E é como coisas
Que estamos retidos.
Como futuro, presente
E passado.
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