TRAMA
                    

Sequestro-a em meus delírios, ora vãos
E levo tua imagem pela floresta
Decompondo-a em pétalas de flores
Que espalho ao longo das veredas.

Luxurioso segredo, tua beleza
Vertida em raro perfume das matas
Vai morar nas raízes e no cerne dos frutos
Se enrodilhando nos troncos e folhas
A desafiar qualquer viajante que passa.

Será este meu tesouro escondido
Só eu saberei onde os caminhos
Se cruzam e tua essência se acha.

Assim posso cortejá-la na aurora 
Ou no crepúsculo quando as luzes
Penetram pomos dourados de acácias.

E quando nos amarmos
Entrelaçados nossos corpos livres
Só no canto das aves noturnas
É que nossa aparência é anunciada .

E os anjos mancos que visitam
Os lugares mais silentes e escuros
E todas as ninfas e os sátiros
Cantarão pra que nossa paixão rompa 
A calmaria mais profunda das águas.





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