Podemos redigir compêndios, tratados  e traçar mapas da terra, dos céus, dos deuses e do infinito. Mas nada nos previne contra o coração desarmado. Uma chuva repentina na quase madrugada. Uma flor que antes ali não estava. O cheiro inebriante do oceano. Um mergulho no mar. Uma caminhada na senda misteriosa da floresta. A alegria de um nascimento. A ingenuidade da criança. O espanto e a dor de uma partida. Nada nos previne de um súbito amor. De uma paixão que não se controla. Um gozo. Uma nota musical que emociona. Um poema. Não temos prevenção contra as sutilezas e as armadilhas do coração. Por isso lutamos as batalhas vãs das formas, crenças e valores. Há uma grandeza no imponderável dos belos sentimentos. Amor e bem. Sonho e desejo. Vontade de amor! Por estas ausências somos torturados. A luta inglória das cegas crenças nos distancia de lugares perdidos de nossa humanidade. Uma caverna escura e silenciosa. E se tivermos coragem de entrar ali de novo. Talvez se possa renascer para tentar novamente.
                                                                                  
                                                                      





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog