Luas


Vamos laçá-la, pra que sua luz nos atravesse como uma lembrança gloriosa. Guardá-la em nosso baú de outroras, agoras e memórias. Decorando sua poesia intocável e enredando suas estrofes com nossas vozes sufocadas, como nossos destinos de meninos e meninas. Compôr-lhe uns versos que desafiam sua elegante gravidade. Amá-la com nossas ilusões de crianças perdidas, ora naufrágas, ora piratas nas águas crescidas de nossas vidas. Vamos olhá-la e sonhá-la pra que ela jamais se esqueça de nossa aura e grandeza: navegantes de oceanos imaginados; esculpidos nas ramadas, desenhados nos olhos dos bichos, dos pássaros e dos peixes. Ansiosos de que toda forma de existência brilhe sobre nós e não nos deixe. 

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