A palavra é uma instigação como um voo de pássaro, assim ela é cheia de entusiasmo. Porém, a transcendência da palavra, mais do que a pintura que se traceja no ar, é a perdida essência do voo. Sendo sentimento e palavra uma só coisa, todos são tomados por ela e inevitavelmente imersos na tragicômica obra que lentamente se compõe em si mesmos.
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Necessariamente ou poema inacabado Necessariamente Não preciso de tudo aquilo Que completa. Vivo do que basta E se sou parte ou pedaço, Pouco importa o que resta Toda coisa em si se desgasta. Se são pedaços e partes Intimamente inteiras: Por que necessariamente a totalidade? Precisamente tal necessidade. Necessariamente não precisa O amanhecer que se lhe tome alvorada, Nem primavera que se diga Às flores brotadas. Por que afinal tiras o singular dos seres E humanos se lhes chama humanidade? A quem interessa a não pluralidade? Acaso é preciso mesmo Que se junte em todo A beleza da unidade?
Sois Um sol No horizonte indolente Escorçado retrato Em encarnado carmim. Oh delusório cenário! Olhos teus ajabuticabados Plangente mistério Negros sóis encantados Embevecidos assim. Quando a vi Sob um sol caminhavas Em teus passos guardavas Sobre um chão de desejos Impérvios segredos de ti. Entrevi que te amava E que então tu estavas Como o sol que inflama Imorredoura fagulha Eviternamente queimando Dentro de mim.
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