Do artístico embriagável

 

Todas as formas falam conosco

Não mais empreguemos nada a elas,

Elas lutam a batalha inglória da conquista

Dos nossos corações.

 

Todas as verdades desses combates

São cingidas do sonho, do delírio,

Da luta incessante dos nossos instintos,

Do gozo, dor, do prazer e dos impulsos.

 

Somos todos vitoriosos derrotados.

Mas que é isso que está conforme?

 

Senão a contracorrente da natureza,

Dos instintos que prazerosamente campeiam,

O embate contra a transcendência dos desejos

Que enfraquecidos nos formam humanos e artistas.

 

Destruidores de formas sejamos,

Lançando nossos corações ao abismo,

De volta aos braços do obscuro, do (in)desejável.

 

A natureza há de querer de volta seus filhos perdidos!

 

Solenemente este artístico impressionável se quebra,

Quando cobertos de flores selvagens

O cortejo de um deus nos levar de volta.

 

Como oferenda à terra em comunhão com as feras.

 

Atravessando um deserto de eras iremos dançando,

Elevados num manifesto encantamento

Que ressoa como antiga cantiga profana pelos ares.

 

Não seremos mais artistas, mas a própria obra de arte.

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